Agrofloresta
é uma metologia de cultivo de alimentos e outras plantas de
interesse comercial onde a vegetação nativa é protegida, havendo
apenas manejo do solo, água e luz do local (com podas para entrada
de sol). O SAF (Sistema Agroflorestal) preserva a mata original, pois
não necessita de remoção de plantas pré existentes e ao mesmo
tempo produz alimentos e árvores de interesse de corte, também
revitaliza o solo e o suporte de carga do lençol freático da área.
É um sistema que mimetiza o processo natural de evolução de uma
floresta, porém com o manejo humano, acelera o processo produzindo
alimentos e madeira. Esta metodologia de manejo de cultivos pode
tanto ser aplicada em áreas florestadas quanto em áreas desmatadas
pois utiliza o princípio da Sucessão Ecológica, no espaço e no
tempo da formação florestal.
O
bosque da Fundação Julita está sendo recuperado, pois há tempos
que novas árvores não nasciam por lá. Isso aconteceu porque os
animais de porte (cavalo, vacas e ovelhas) que sempre tiveram livre
circulação pelos espaços da fazendinha comiam e pisoteavam as
novas plantas. Com isso, as árvores que restaram no bosque possuem uma
idade avançada considerando uma vegetação secundária. Para iniciar o processo de recuperação foi preciso fazer um zoneamento dos pastos da fazendinha, cercando 3 areas e isolando o bosque da entrada destes animais, reduzindo a carga sobre o solo. Conforme ilustração abaixo:
Após este processo, o passo seguinte foi a recuperação do solo com a formação dos núcleos de biodiversidade (espaços para desenvolvimento de microorganismos e decompositores em geral - para devolver a biota do solo). Após deixarmos restos de poda, varrição de folhas, galhos se decompondo por meses no bosque, nós os colocamos em vários pontos no solo do bosque, em desenhos formando meia lua. O formato de meia lua facilita o acúmulo de água em nosso terreno que é uma descida e que pelo mesmo motivo não facilita a infiltração da água que escorria sempre com rapidez pelas curvas da mata, lixiviando o solo. Outra mudança que fizemos por lá foi o corte de alguns cipós que com a morte de suas ramas e folhagens possibilitou a entrada de mais luz entre as árvores. Esta etapa facilitou a germinação de novas espécies pelas sementes que ali existem, o banco de sementes natural do bosque. O próximo passo é cultivar plantas que melhoram as condições de nutrição solo e que também produzem alimentos para manutenção da vida lá existente. Já é possível ver a evolução do sub bosque, com mudas nativas já chegando a 1 metro!
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